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Boa tarde senhores do Milhão. A luta continua.
Estou de volta, não demorou nem 4 dias o fim do blog,
realmente escrever aqui é algo que considero prazeroso e que vale a pena sim
tentar alertar os leitores sobre as armadilhas do mercado, além de continuar
trocando ideias com os demais investidores.
O número de comentários no último post me deixaram
satisfeitos, pois mostra que muita gente lê sim, mas não tinha tempo mesmo de comentar.
Outra coisa que vi: Eu esperava uma enxurrada de
comentários maldosos e depreciativos, não tive nenhum comentário excluído, ou
seja, o público deste humilde blog é realmente diferenciado.
Seguindo uma nova abordagem para o Blog, onde pretendo
comentar assuntos diversos, além de manter meu Post fixo sobre Obra, Trabalho, Dividendos da Sociedade, Vida Pessoal, Trades, terei alguns outros posts
variados, como este primeiro, baseado na minha visão do mercado.
O mercado é irracional. Eu já comentei isto algumas
vezes e volto a repetir, pois tivemos novos capítulos nesta novela já
conhecida.
Se uma coisa eu tenho a oferecer a quem lê este
humilde blog é: Pare de operar notícias
na bolsa de valores.
Mostrarei alguns casos que confirmam esta
irracionalidade do mercado e como a maioria parece ter prazer em perder
dinheiro em bolsa de valores:
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Caso 1: Possível Imposto de Renda sobre Fundos Imobiliários
Ontem houve a informação de que, na surdina, um
deputado colocou em pauta uma medida que visava começar a taxar aplicações
financeiras de renda fixa, além dos fundos imobiliários.
O que o mercado fez? Operou com notícias ... IFIX
ontem caiu quase 5%, uma verdadeira catástrofe no que tange aos fundos
imobiliários, cuja variação em média é sempre baixa, independente das
movimentações dos principais índices, como IBOV.
Meus fundos e da maioria dos blogs de finanças
simplesmente despencaram, variando entre 3 a 6% de queda, o que é muito, mas
muito incomum.
Na minha cabeça ontem, uma voz dizia “vende, vende,
acaba com o prejuízo, vende isto, aplica em outra coisa, saia da bolsa”.
É este o pensamento que devemos evitar, e é por este
motivo que o Bastter sempre comenta que não devemos olhar cotação, justamente
por que a maioria não consegue dominar o emocional.
Apesar desta luta interna, meu racional prevaleceu,
pois este é um investimento que pretendo levar por muitos anos, por acreditar
numa valorização dos imóveis (eu construo e vejo o mercado e sei que os custos
de construção e materiais estão em crescente, logo, o mercado em si tem maior
probabilidade de crescer junto).
E outra frase que eu sempre uso: Não importa a
rentabilidade no início da formação da bola de neve dos juros compostos, o
que importa no início é o tamanho do aporte.
E mais uma frase, plagiada do Bastter: Pare de
girar seu patrimônio.
Ontem eu pensei: Beleza. Vendo agora com prejuízo. E o
que é que eu vou fazer com o dinheiro? Aplicar na poupança para ter 0,6%? Ir
para outro investimento “mágico” que me faça recuperar o prejuízo na venda? Ir
tentar fazer um Daytrade na base do “Tudo ou Nada”, ou seja, se o trade der
certo, ótimo, se não der, vira investimento para longuíssimo prazo?
Nada disto. Manterei meu investimento intacto, pois
antes de comprar algo eu penso muito bem, e não tomo decisões precipitadas.
Como já foi dito uma vez no filme Tropa de Elite, não
exatamente assim, mas isto é o que me lembro: “O pau pode tá quebrando, você
vai chegar na tranquilidade, em formação, sem desespero”.
Como transformar esta frase para o mercado financeiro:
“O pau pode estar quebrando, a bolsa derretendo, você não vai tomar atitude alguma
durante o pregão, pois o seu plano de risco deve ter sido feito antes do pregão”.
Outro ponto: Quando seu ativo, que era bom, passa a
estar numa situação ruim, você não vende tudo de uma vez. Você deve sair da
mesma forma que entrou, ou seja, aos poucos.
Difícil pensar assim? Sim e muito. Por isto a maioria
perde dinheiro. E eu já estive deste lado que perde dinheiro, pois eu teria
vendido tudo ontem, no fundo, em pânico.
Tecnicamente falando, nada mudou em relação aos
fundos. A tal reunião de taxação foi postergada para Fevereiro de 2016, e
muitos que operaram com a notícia aprenderam uma lição: Não opere notícias.
Por que também é importante não operar notícias: Você
realmente pensa que grandes investidores, fundos que gerem bilhões de dólares e
investem no Brasil, não saberiam desta informação de forma privilegiada e antes
do mercado? Muitas das vezes estas notícias já estão precificadas, mas a
chamada manada gera um desespero tão grande, que acarretou numa queda
vertiginosa como a de ontem, visto que, ao contrário das ações, a liquidez e
volume de fundos imobiliários é bem menor.
Se realmente houvesse a taxação de 17,5%, isto
significa que os rendimentos cairiam 17,5%, mas, nos fundos com rendimento
acima de 0,8% ainda seria viável permanecer, abaixo disto, realmente
compensaria manter o valor na poupança.
O que demonstra a irracionalidade do mercado: Se ontem
o IFIX caiu 5% com a notícia da taxação, com a notícia da taxação deveria subir
pelo menos próximo ao patamar anterior, e no momento não passa de 1,7% de alta.
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Caso 2: A prisão do banqueiro Andre Esteves
Quando a notícia da prisão do banqueiro Andre Esteves
surgiu na mídia, o impacto foi imediato: As ações do BTG Pactual despencaram,
no ano de 2015 já são quase 50% de queda (no momento, com a subida de 11% da
ação BBTG11 este número esta em 42%).
O que me causou uma surpresa foi que, o BRCR, que é um
fundo apenas administrado pelo BTG Pactual, despencou dos R$ 108,00 para R$
100,00 ... Uma queda absurdamente alta em relação aos demais fundos
administrados pelo mesmo BTG Pactual.
Neste momento acaba de sair a notícia de que Andre
Esteves foi solto. A ação chegou a subir mais de 11% ... Agora esta 7% ... E
quem sabia deste alvará de soltura, antes do mercado, pode ter lucrado no mínimo
8 a 10% ....
O que me causa estranheza é: Quando o banqueiro foi
preso, o BRCR caiu 6%. Agora, soltam o banqueiro, e não sobe mais que 1,5%, e
olha que são duas notícias consideradas “boas”: A soltura do banqueiro e a
postergação da votação da taxação dos fundos imobiliários.
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Caso 3: Variados
Já presenciei e vivenciei vários investimentos de
pessoas gananciosas que terminaram em falência.
Alguns casos que gosto de relembrar: Banco Cruzeiro do
Sul
O Banco Cruzeiro do Sul, na época, eu frequentava um
fórum de investidores. Se posso prover uma dica para vocês também é: Fuja de
fóruns sobre investimentos. A maioria são perdedores, gente que já perdeu tanto
patrimônio e se acostumou a continuar na lama enfiando dinheiro bom em negócios
ruins.
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Lembro que havia uma expectativa muito alta da compra do Banco Cruzeiro do Sul por um dos outros grandes bancos (Bradesco, BTG, etc.).
O que uma pessoa do fórum fez: Ele vendeu um apartamento
bem abaixo do preço, pegou o dinheiro e colocou todo em ações do Banco Cruzeiro
do Sul. Aparentemente ele já tinha algum negócio em mente, me parece que ele
venderia o apartamento para comprar um maior, e como já estava negociando a
venda, reduziu o valor para o comprador, e com o dinheiro na mão a brilhante
ideia foi: Com a compra do Cruzeiro do Sul, meu capital irá duplicar, e eu não
precisarei financiar o novo imóvel ...
Na teoria o plano era realmente bom, e tudo indicava
um final feliz.
Mas ... Chegou o fatídico dia, onde pela falta de
acordo para a compra do falido banco, foi decretada a falência do Cruzeiro do
Sul ...
Não tive notícias do usuário do fórum, a última
notícia foi a de que ele se separou (a mulher não aceitou e pediu a separação).
Vi casos de OGX, MMX, LLX, MILK, Mundial ...
Resumo do
Post:
O resumo de tudo o que foi descrito é: Não opere
notícias.
O que melhor se aplicou ao meu perfil foi realmente
investir em fundos imobiliários, baseados em fundamentos, e não mais em análise
técnica.
A paz que tenho atualmente é muito maior, do que
quando operava Daytrade ou SwingTrade com ações.
Neste ponto tenho que concordar com a filosofia
Bastter: O que te enriquece é trabalhar, poupar, viver, caminhar, e investir em
valor.
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Um abraço a todos
VDC – VIVER DE CONSTRUÇÃO